domingo, 8 de novembro de 2015

Amigos do V COMAR - 2º Encontro - 2015

Hoje eu voltei no tempo.
De verdade. Mesmo. Quase literalmente.
Hoje foi como se eu tivesse voltado a 1993.
É difícil explicar. É mais fácil sentir.
Não há palavras pra descrever o que foi este sentimento.
Foi simplesmente como voltar no tempo. Literalmente.
Ver de novo aquelas caras, todos aqueles tipos, todos juntos, após vinte e dois anos...
Não há como descrever.
Ver os mesmos caras que eu via todos os dias quando éramos guris de dezoito anos...
E estavam novamente todos ali (ou quase todos), após vinte e tantos anos, reunidos, rindo e conversando, como se tivéssemos novamente dezoito anos.
Havia gente de toda a parte, de toda a sorte de profissões, de todos os guetos...
Lembramos histórias inesquecíveis, e tiramos do armário fatos ocorridos quanto tínhamos apenas dezoito anos. Relembramos acontecimentos e pessoas, reverenciamos antigos superiores, e revimos gente da nossa turma, e de outras, e mesmo gente que nem lembrávamos, mas que ao revê-las, nos fizeram dizer aquele "Ah, é tu! Agora lembrei!"
Ouvimos nossos antigos superiores, que vieram de todos os lugares, de todas as distâncias, para falar em nosso nome, e nos dizer o quanto estão orgulhosos de ver que "aqueles guris de dezoito anos" se tornaram homens honrados.
E era isso o que eu via. Por todos os lados, de todas as idades, eu via apenas guris de dezoito anos.
Guris que se preocupavam apenas com a escala do serviço (será que vai sobrar tempo pra festa?); que discutiam as "regras da casa" (será que engraxei meu buti direito?); que trocavam escalas para poderem ir a algum evento de família; que ostentavam orgulhosos seu uniforme na rua, e sentiam-se parte de algo maior.
Sim, esses somos nós. Ainda somos os mesmos guris que pagavam flexões por errar o passo em formação; que pagavam cangurú por discutir na fila do rancho; que ficavam depois do expediente fazendo faxina por deixar a mola recuperadora da HK voar e cair longe; enfim, que voavam de carona nos Bandeirantes sem autorização, e por isso pagavam meses de faxina...
Éramos nós, ali, nós mesmos! Nem acreditei.
Rimos ao ver as caras que lembrávamos vagamente; gargalhamos ao rever rostos esquecidos; choramos juntos ao ouvir os discursos dos ex oficiais e sub-oficiais a nosso respeito, em continência à tropa. Os abraçamos com carinho filial. Abraços sinceros e cheios de saudade. Hoje foram eles os nossos padrinhos. E nós os reverenciamos, por reconhecimento, e por respeito, Nemhum Tenente-Brigadeiro-do-Ar podeira se gloriar de receber uma homenagem como essa. Nenhum.
Homens casados e separados, alguns com seus filhos, todos ali, em formação novamente. Foi bonito de se ver. Pareciam aqueles guris de dezoito anos de outrora.
Sinceramente, parece que o tempo não passou. Estão todos iguais.
Aos que faltaram, que não puderam ir, ou que sequer souberam do evento, minhas saudações. Hoje, éramos 150. Esperamos que no ano que vem consigamos dobrar o número - ou triplicar. Porque hoje, meus irmãos, hoje vai ficar na história como o dia em que viajamos no tempo. Todos ali, já com seus quarenta anos, ou mais; uns com cabelos grisalhos, outros sem cabelos; uns com sinais do tempo no rosto, outros exatamente iguais como eram há vinte e dois anos; mas todos ali me pareciam nada mais, nada menos, que aqueles mesmos guris de dezoito anos.
Salve!
...
S2 SSG Ayres - 1ª/93 - V COMAR